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Trabalhadores do transporte coletivo urbano se reuniram novamente nesta sexta-feira (06/06), às 16h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do ABC (Sintetra), em Santo André, para decidir os rumos da campanha salarial. Na ocasião, a categoria aceitou a proposta patronal, que prevê reajuste de 6% nos salários, 10% no vale-alimentação e 7% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Um dos principais pontos da proposta aprovada é o fim das duas horas de refeição. A partir de 1º de julho, os trabalhadores terão 1h de almoço. A segunda hora poderá ser trabalhada, e será paga como hora extra, o que deve gerar um acréscimo médio de R$ 750 por mês aos motoristas e cobradores. Caso a hora extra não seja paga, as empresas deverão liberar os profissionais uma hora mais cedo.
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Durante a assembleia, o presidente do Sintetra, Leandro Mendes, fez um discurso emocionado aos trabalhadores. “Não quero ser presidente, quero ser amigo de vocês. Eu tenho família, penso na minha família. Tenho parentes que também são da categoria. A decisão é sempre de vocês”, declarou. Leandro também anunciou que, neste ano, o sindicato realizará o sorteio de um carro para a categoria.
A mobilização faz parte de uma série de atos organizados pela categoria em defesa de reajustes. Na quarta-feira (04/06), os motoristas do setor urbano realizaram nova assembleia e rejeitaram, por unanimidade, a proposta do sindicato patronal, que oferecia 6% de reajuste salarial e 7% de aumento no vale-alimentação.
Após a rejeição da proposta, os rodoviários saíram em caminhada até o Terminal Santo André Oeste, onde realizaram um protesto pacífico, com fechamento temporário do local por cerca de uma hora. Durante o ato, foi distribuída à população uma Carta Aberta, na qual os trabalhadores afirmam que a luta é legítima e também em defesa da qualidade do transporte público. “Não existe transporte público de qualidade com trabalhadores desvalorizados. Nossa luta é legítima, necessária e também em defesa da população que depende do nosso trabalho”, diz o texto entregue à população.
O presidente Leandro Mendes informou nesta quinta-feira (5) que os prefeitos Marcelo Lima (Podemos), de São Bernardo, e Gilvan Junior (PSDB), de Santo André, procuraram o sindicato mediaram as propostas.
As empresas responsáveis pelo transporte municipal no ABC são: o Consórcio União Santo André e a Suzantur, em Santo André; BR7 Mobilidade, em São Bernardo; VIPE, em São Caetano; Suzantur, também em Diadema, Mauá e Ribeirão Pires; e Viação Talisma, em Rio Grande da Serra. Já no transporte metropolitano, a operação fica por conta da Next Mobilidade. No setor de escolares e fretamento, a responsável é a Diastur.
Entenda
Antes disso, no dia 27 de maio, os trabalhadores já haviam recusado uma proposta anterior que previa apenas a reposição da inflação medida pelo INPC, de 5,32%. Com isso, o salário do motorista de ônibus convencional, por exemplo, passaria de R$ 4.236,68 para R$ 4.462,07. Motoristas de midibus teriam reajuste de R$ 198,55; motoristas de van e cobradores, de R$ 130,12. O vale-alimentação subiria de R$ 856,10 para R$ 901,64, e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) teria o mesmo percentual de reajuste.
Protestos
Em nota, o Sintetra informou que não promoveu paralisações, mas sim protestos legítimos em defesa de melhores reajustes salariais e condições dignas de trabalho para motoristas e cobradores.
Segundo o sindicato, o objetivo é garantir mais dignidade à categoria e buscar um acordo que contemple suas demandas legítimas. “O Sintetra segue aberto ao diálogo e espera que o setor patronal compreenda a importância de uma negociação efetiva, respeitosa e justa.”
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