O avanço da medicina possibilita tratamentos menos invasivos e mais eficazes, contribuindo também para derrubar barreiras no cuidado com a saúde masculina. Em Mauá, a Santa Casa realizou pela primeira vez uma cirurgia de enucleação da próstata com tecnologia a laser, por meio da técnica HoLEP (Holmium Laser Enucleation of the Prostate), considerada uma das mais modernas para tratar a HPB (Hiperplasia Prostática Benigna). O procedimento reduz dores, cortes e tempo de internação, fatores que podem encorajar mais homens a buscarem diagnóstico precoce e tratamento.
Em entrevista ao RDtv, o urologista Karlo Danilson de Moraes Sousa, responsável pela cirurgia, afirmou que o procedimento representa um marco para a região. “Foi um motivo de orgulho para nós. Conseguimos aplicar um padrão americano de tecnologia em um hospital da nossa cidade”, destaca.
Menos invasão, mais adesão
A HoLEP é indicada para tratar casos de próstata aumentada, especialmente quando há sintomas urinários intensos, retenção de urina, sangramentos ou infecções frequentes. A técnica remove o tecido que causa obstrução na uretra por meio de laser, sem necessidade de cortes externos.
“Fazemos tudo pelo canal da uretra. Antes, era preciso abrir a cavidade abdominal para remover a parte central da próstata. Agora, o paciente sente menos dor, tem alta no dia seguinte e permanece menos tempo com sonda”, explica Sousa. A cirurgia costuma durar entre uma e duas horas.
Apesar de presente em alguns hospitais do Estado, a técnica ainda enfrenta limitações por conta do alto custo dos equipamentos. “Estamos mostrando para convênios e hospitais que é um procedimento altamente benéfico. Nem todas as unidades contam com os aparelhos, mas a tendência é crescer com o tempo”.
A técnica pode ser aplicada a homens de diferentes idades, caso haja necessidade clínica. “A idade, por si só, não impede a cirurgia. Avaliamos o tamanho da próstata, os sintomas e o estado de saúde do paciente para decidir a melhor conduta”, explica o médico.
Avanço que beneficia o paciente
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil registra cerca de 79 mil novos casos de doenças ligadas à próstata por ano. Ainda assim, muitos homens evitam procurar ajuda médica. “Existe um tabu muito forte. Em muitos casos, a esposa, mãe ou filha marcam a consulta. Mostrar que o tratamento é mais simples pode ajudar a reduzir esse medo”, diz.
O médico reforça ainda a importância da prevenção e dos hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas, sendo que quem tem histórico familiar deve começar os exames aos 45 anos, quem não tem, pode iniciar aos 40. “A medicina avança diariamente. Essa técnica facilita o trabalho do profissional e melhora a experiência do paciente. Representa uma nova fase no cuidado com a saúde masculina”, comenta.